Nesse dia dos pais gostaria de deixar uma mensagem de amor, carinho e reflexão.
Carro quase ninguém tinha, máquina de lavar, utilidades domésticas, pisos vitrificados, panelas revestidas com teflon, quando existiam eram coisa dos ricos. A nossa vida era mesmo esfregar, torcer, lustrar, cozinhar literalmente tudo o que comeríamos (nada de comida pronta, rotisseries, delivery, etc...). Nossos pais então, tadinhos, quando não trabalhavam na roça (do amanhecer até o escurecer) trabalhavam em indústrias, sem nenhum direito ou regalia. Vida dura, sem dúvida, mas éramos felizes, convivíamos muito mais com a família, que eram numerosas, pois não havia controle de natalidade, preservativos, televisores (risos).
Por tudo isso, meus filhos, sinto muito orgulho do meu paizinho, que tanto trabalhou para nos criar, alimentar e educar. Ele não está aqui fisicamente, mas deixou sua alma, seus ensinamentos rústicos, de alguém que não pode freqüentar os bancos escolares, para que seus filhos pudessem. Isso mesmo eram pessoas rústicas, ignorantes em conhecimento científico (escolar), mas ricos em conhecimentos da vida, ricos em experiências, ricos em calos nas mãos pelo trabalho duro, ricos pelo amor dos filhos e netos. Então, gostaria de homenagear a todos os pais, mas, principalmente aos que já são avôs, como meu paizinho e como o de muitos de vocês, a quem deixo esse lindo poema de um autor desconhecido:
“As Mãos do Meu Avô
Meu avô, com oitenta e tantos anos, sentado debilmente no banco do jardim não se movia. Estava cabisbaixo olhando suas mãos. Quando me sentei ao seu lado não notou minha presença. O tempo passava e então lhe perguntei se estava bem. Finalmente, sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava lhe perguntei como se sentia.
Levantou sua cabeça, me olhou e sorriu: -“Estou bem, obrigado por perguntar”. Disse com uma forte e clara voz. Não quis incomodá-lo vovô, mas estava sentado aqui enquanto simplesmente olhava suas mãos e quis ter certeza de que estivesse bem, lhe expliquei.
Meu avô me perguntou: -“Alguma vez você já olhou as suas mãos? Quero dizer, realmente olhou as suas mãos?
Lentamente soltei as mãos das de meu avô as abri e contemplei. Virei minhas palmas para cima e para baixo. Não. Creio que realmente nunca as tinha observado. Queria saber o que meu avô queria dizer-me. Meu avô sorriu e me contou uma história:
Pare e pense um momento sobre como suas mãos tem te servido através dos anos. Estas mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis, tem sido as ferramentas que usei toda a minha vida para alcançar, pegar e abraçar. Elas puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo. Quando criança, minha mãe me ensinou a juntá-las em oração. Elas amarraram os cadarços dos meus sapatos, me ajudaram a calçar minhas botas, estiveram sujas, esfoladas, ásperas e dobradas.
Minhas mãos se mostraram inábeis quando tentei embalar o filho recém-nascido. Decoradas com uma aliança, mostraram ao mundo que estava casado e amava alguém muito especial. Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa e, quando entrei em uma igreja com minha filha no dia de seu casamento. Têm coberto o meu rosto, penteado meu cabelo, lavado e limpado meu corpo. E até hoje, quando quase nada em mim funciona bem, estas mãos me ajudam a sentar e a levantar, e se juntam para orar.
Estas mãos são as marcas de onde estive e a dureza de minha vida. Mas, o importante é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando estiver em Sua presença.
Desde então, nunca mais vi minhas mãos da mesma maneira, mas, lembro quando Deus esticou Suas mãos e tomou as de meu avô para levá-lo à Sua presença.
Cada vez que vou usar as minhas mãos penso meu avô e como elas são uma bênção. Hoje me pergunto: -O que estou fazendo com minhas mãos?”
Meus filhos em Oxalá vivemos uma época em que cada vez mais a medicina prolonga a vida das pessoas. Por isso, quero dizer-lhes:
Tenham paciência com seus pais, mães e avós. São pessoas difíceis de lidar, teimosos, gostam de fazer as coisas à suas maneiras e não gostam de ajuda, mas, lembrem-se: Foram eles que lhe deram a vida, educação, alimento, conforto, e boa parte das duas próprias vidas a vocês, assim como hoje fazem com seus filhos. Não vamos querer que nossos filhos, a quem demos tanto amor, dedicação e suor, nos vejam daqui alguns anos como incapazes. Vamos tratar nossos velhinhos como desejamos ser tratados no futuro e esse futuro que chega muito rápido!
Meus queridos, Feliz Dia dos Pais a todos.
Babá Dirce P. Fogo
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